domingo, 26 de dezembro de 2010

O silêncio das palavras mortas

Ultimamente tenho estado com vontade de ficar em silêncio; de não mais falar; de não mais pensar; de não mais estar cansado; de não mais descansar.

Talvez seja uma sensação de fim de ano, talvez seja a influência da lua, talvez seja apenas a má qualidade do ar ou apenas minha existência.

A questão é que não existe questão nenhuma e se houvesse talvez não existiria nenhuma resposta.

Estou aqui justamente por não poder fazer nada, enquanto há um mundo imutável para se mudar.

É impressionante a maneira na qual o mundo segue seu fluxo: caótico, ilusório, absurdo, ignorante, frenético ...

Muitas pessoas são felizes nesse mundo por ignorar tudo e brindar com o sangue de inocentes.

Outros são felizes justamente por sangrar os ignorantes.

E cada um segue sua vida através de sua limitada visão sobre a vida. E a vida se perde dentro da vida. E a morte é apenas um estado de vida na qual se atinge a dignidade, humildade, sinceridade, respeito, paz. Depois de morrer todos se tornam santos pois mal nenhum poderá causar.

Nossa terra ainda tem espaço para o plantio, mas pouca semente para germinar.

Estamos presos no desfrutar e pouco preocupados em plantar.

Minhas sementes acabaram. Meu cantil secou. Agora estou sentado olhando o pôr-do-sol.

Meu cachorro está com sede. O próximo lago está distante. E rasgadas estão as minhas botas

Gostaria de comer um bolo e tomar um chá; conversar de noitinha e dormir sob a luz da lua. Acordar cedinho e dizer "bom dia". Mas, onde estou agora?

Gostaria de dizer muitas coisas, porém me faltam palavras.

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